11 de setembro:
tecnologia de ponta a favor do desespero
Catorze
anos se passaram e a memória coletiva da humanidade ainda retém imagens da
queda das Torres Gêmeas, nos EUA, como poderosos fleches, como se o
acontecimento fosse ontem. A dor causada em milhares de pessoas, entre elas
amigos e familiares, com certeza persiste como marca que não cicatriza.
Pode-se indagar, ainda hoje, as causas de tal acontecimento.
Claro que os EUA pretendem, após catorze anos, continuar eximindo-se da culpa
de tais atentados. Obvio, por outro lado, que não se pode deixar de imputar
culpa em quem realizou aqueles atentados.
Uma guerra, ou um atentado como o de 11 de setembro, nunca
são resultados de coisa pequena. Fora preciso o acirramento dos ânimos, entre
EUA e facções do Oriente, e mesmo governos legítimos do Oriente, durante muito
tempo. Embora tenha gente
que não considere este um problema real, um absurdo, de modo nenhum ele pode
ser minimizado, o que seria uma falta de responsabilidade.
Após o atentado, mesmo a al-Qaeda assumindo sua
autoria, desencadeou-se uma “caça às bruxas” em termos ainda mais perigosos. A chamada “contraofensiva”
lançada pelos EUA esmagaram milhares de pessoas do outro lado do mundo num
processo de retaliação absurdo. Por outro lado, a popularidade do magno país das
Américas ficou profundamente abalada, causando-lhe perdas irreparáveis. Não à
toa que um novo presidente, com nova visão sobre política, economia e relações
internacionais, subiu ao poder.
Segundo Eric Hobsbawm, as
ações do EUA possibilitaram-lhe difundir o medo e o horror contra o terrorismo,
escondendo, assim, as principais e maiores causas para os males da modernidade,
inclusive o poderio exacerbado norte-americano sobre outros povos do mundo.
Passados catorze anos, prevalece a impressionante imagem do
uso feito da tecnologia de ponta em favor da dor e do desespero. Como foi
possível alguns homens, lotados em quatro aviões, driblarem o, dito, maior
sistema de segurança do mundo e explodirem as duas torres mais poderosas já
existentes? Pior: como isso pode ser perpetrado exatamente por um grupo isolado
no Oriente sobre o qual pairava sérias dúvidas econômicas e tecnológicas?
Uma resposta à pergunta poder ser dada rapidamente: Bin Laden pôs os state no bolso e deixou todo mundo de
boca aberta. Aberta, literalmente. Muitos gritando de medo e muitos babando impressionados. Imaginem a imagem ao, que esquematiza a posição dos “terroristas”
dentro de um dos aviões que atingiram as Duas Torres. Um esquema como este,
montado na realidade, demanda muito tempo,
conhecimento do “solo” alvo e disponibilidade financeira e tecnológica
invejável. Os mentores do 11 de setembro ficaram consagrados pela sua ousadia e
coragem, mesmo que negativamente.
Passo a passo os mentores do atentado programaram suas
ações, como pode ser visto na reportagem
do G1 de 24 de novembro de 2011, quando dos dez anos do ocorrido. É claro
que para realizar uma programação como essa, nos mínimos detalhes, e “sem erros”,
fora necessário o conhecimento aprofundado das tecnologias de ponta, o domínio
quase absoluto do uso de computadores e da internet, bem como dos modelos e das
operações realizadas num avião e num aeroporto internacional.
O sequestro dos aviões, como é chamado, deu-se mediante horários
programados e rotas pré-estabelecidas, a fim de não errar o alvo. E não
erraram, exceto os aviões destinados à Casa Blanca e ao Pentágono, e isso
apenas depois de soado o alarme e após a queda das Torres Gêmeas.
Enfim, vale indagar: quais os ganhos do uso exagerado das
tecnologias de ponta para a humanidade? Claro que não se pode acreditar que
seja totalmente negativo, mas deve-se reconhecer a preponderante falta de uma
ética específica na produção, distribuição e manejo dessas tecnologias,
especialmente quando o uso abusivo do poder entra em jogo.
Sem comentários:
Enviar um comentário